terça-feira, novembro 01, 2011

Um poema que fica

Entre duas janelas que vigiam,
Há um sonho que fica e a constelação que se agita
Num longo serão.

Entre duas taças que tilintam,
Uma lareira crepita e bafeja a luz que liga
Dois corpos em ilusão.

Entre dois cadeirões que dançam,
Sai uma música antiga e até o ar se revira
Nas costas da paixão.

Entre dois suspiros que pairam,
Perde o cuco a mira e nada os avisa
Da continuação.

Entre dois beijos que avançam,
O tempo eterniza aquela simples faísca
No nosso coração.

Lá fora, duas ondas passam
E um poema fica.

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