segunda-feira, outubro 05, 2009

A Manuela

A Manuela, sentada à janela,
espera que passe o seu grande amor.
Ele não passa, ela desespera,
aí vem um rico para seu servidor:

"Ó meu diamante, como posso eu polir-te?
Cobrir-te-ei com bronze, prata e ouro
do mais caro deste mundo. Se isto te não chegar,
dou-te um castelo com vista para o mar."

"Podes guardar teu ouro, prata e bronze
e teu mar e teu castelo. Não os quero!
Não quero valores, quero algo belo.
Vai-te embora, vai, por outro eu espero."

A Manuela, sentada à janela,
espera que passe o seu grande amor.
Ele não passa, ela desespera,
aí vem um pedante para seu servidor:

"Ó meu coração, como posso eu aconchegar-te?
Minha beleza te deverá bastar,
mais meus cabelos sedosos e me torno
de certeza, em teu favorito adorno."

"Podes guardar toda a tua beleza
tua seda e tua certeza. Não as quero!
Vai-te embora, vai, por outro eu espero.
Não quero um adorno, quero um sincero."

A Manuela, desesperada à janela,
sentada espera o seu grande amor.
Ele não passa, ela ainda espera
aproxima-se alguém para seu animador:

"Os meus castelos são de papel,
todo o meu ouro e seda é a fingir
mas amor eterno posso garantir,
a ti, minha amada donzela..."

Manelinha aceitou, casou.
O tempo passou e guardou
daquele momento louro
o amor, sua riqueza e tesouro.

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